12 vícios do motorista brasileiro que estragam o carro

Muitos motoristas nem imaginam que esses hábitos podem danificar gravemente o carro
Camila Torres
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28.05.2021 às 18:46 • Atualizado em 29.05.2024
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Muitos motoristas nem imaginam que esses hábitos podem danificar gravemente o carro

Esterçar o volante com o carro parado, passar na lombada com automóvel na diagonal ou pedir para o frentista dar aquela olhadinha na água ou óleo podem ser mais prejudiciais do que muitos motoristas, até aqueles com mais anos de experiência ao volante, imaginam. 

Para ajudar os nossos leitores a prolongar a vida útil de cada peça do carango, listamos 12 hábitos muito comuns dos condutores brasileiros que estragam algumas partes do carro.

Tem muita gente que concorda que ir ao dentista é algo necessário, mas invasivo e íntimo, afinal. Afinal, o especialista sabe até a sua forma de escovar os dentes e vai descobrir se você está mentindo sobre a frequência com que passa o fio dental. 

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No mecânico é a mesma coisa: com um check-up rápido, ele descobre seus piores vícios. Só de olhar os freios ele consegue te imaginar descendo a ladeira com o carro na banguela. Ao analisar a embreagem, já detecta se você costuma descansar o pé esquerdo no pedal. 

Para não acabar com alguns componentes antes de hora, gastar dinheiro à toa e ainda passar vergonha pelos péssimos hábitos ao volante, é melhor saber quais são os erros cometidos e procurar evitá-los ao máximo. 

Sabemos que alguns costumes já estão tão enraizados que abandoná-los vai ser como tirar a CNH pela segunda vez: será preciso cometer o mesmo erro conscientemente muitas vezes até se acostumar com a forma correta. Mas se a gente passou pelo exame Detran, reeducar nossos hábitos no trânsito não é impossível. 


1. Rodar com o carro sempre na reserva

Muitos motoristas nem imaginam que esses hábitos podem danificar gravemente o carro

Malefícios: pane seca, danos a bomba de combustível e ao motor

Hábitos: sabemos o quanto dói no coração abastecer o carro e entregar nosso dinheiro suado em troca de combustível (por mais que a gente precise dele). Ainda mais em tempo de gasolina acima de R$ 6 o litro. Mas acredite: andar com o carro na reserva sempre pode custar bem mais caro. 

Primeiro, se um dia combustível acabar no meio do caminho, resultando em uma pane seca, você poderá tomar uma multa de R$ 130 e perder quatro pontos na CNH, por infração média. 

Esse costume também é prejudicial mecanicamente, pois a bomba utiliza combustível para sua refrigeração. Na falta dele, ela pode superaquecer. Além disso, há um risco de sugar a sujeira depositada no fundo do tanque, o que pode entupir o filtro e estragar as galerias. E se as impurezas chegarem até o motor, você vai saber. Prejuízo na certa. 

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2. Encher o tanque até a boca

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Malefícios: danificação de cânister e aumento do consumo de combustível 

Hábito: a busca pelo equilíbrio é complicada, mas necessária. Ser pão duro demais e andar com o carro na reserva é muito prejudicial, mas encher o tanque até a boca também. Tanto que fizemos uma matéria só para fala disso

Depositar combustível além do indicado pela trava da mangueira pode danificar peças o cânister, um filtro de carvão responsável por reter os gases formados na evaporação do combustível. Isso porque o excesso de combustível pode encharcar o reservatório, prejudicar o filtro e ainda levar detritos de carvão solto para o tanque.

Além disso, o carro acaba consumindo mais combustível que o necessário. Sabia que a cada 100 kg extras de peso, o consumo do carro aumenta em aproximadamente 6%?


3. Esterçar o volante com veículo parado 

Muitos motoristas nem imaginam que esses hábitos podem danificar gravemente o carro

Malefícios: desgaste dos terminais, caixa de direção, coxins dos amortecedores e ligações da barra estabilizadora

Hábito: quem nunca girou o volante com o carro parado? Principalmente ao manobrar em uma das vagas apertadas de shopping. Por incrível que pareça, essa prática é danosa a vários componentes do carro - isso sem falar no barulho estridente do atrito do pneu com a pintura do piso dos estacionamentos.

Devido ao forte atrito causado ao girar o pneu no próprio eixo com o veículo parado, o sistema de direção é sobrecarregado. Note que o volante fica até mais rígido nessa hora. Se o esforço maior é tão perceptível, imagine o que está acontecendo por dentro do carro. Por isso, ao esterçar o volante, tente fazê-lo sempre com o carro em movimento, mesmo que a velocidades muito baixas. 

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4. Passar em lombadas ou valetas na diagonal 

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Malefícios: barulhos ao rodar com o carro, desalinhamento precoce, danos a amortecedores e molas, trinca de chassi

Hábito: Quem não tem não tem um tio ou avô que passa com o carro na diagonal numa lombada ou valeta, afirmando que diminui o risco de raspar o assoalho? Isso se a pessoa com esse velho hábito (ou hábito de velho) não for você mesmo. 

Acontece que essa prática comum pode causar torções desnecessárias no carro e até rompimento de pontos de solda, principalmente se o veículo for blindado ou estiver lotado de carga. Isso vai ocasionar rangidos e danos estruturais, além de sobrecarregar as suspensões.. 

Sendo assim, a dica é: quando vir uma lombada, é só diminuir a velocidade, passar com o carro reto e ir na “manha” que vai dar certo. 

Ok, há situações em que a lombada mais parece uma corcova de um camelo ou a valeta parece nos levar ao fundo do poço. Mesmo nesses casos, veículos como SUVs costumam passar sem problemas. Se ainda parece que não vai dar, o melhor é tentar passar o mais lateralmente possível. Ou dar a volta e escolher outro caminho... 

Agora, se você é dono de um carro que não é licenciado para andar nas ruas, ou está rebaixado da forma errada, você precisa ler este outro artigo: Como tunar seu carro dentro da lei e sem virar um “chora boy”.


5. Descer a ladeira na banguela

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Malefícios: maior consumo de combustível, desgaste prematuro e superaquecimento dos freios 

Hábito: Você já deve ter lido ou escutado a lenda urbana de que descer a ladeira com o carro em ponto morto, a popular “banguela”, ajuda a economizar combustível. Se houvesse um prêmio para os maiores mitos da cultura do carro, este seria forte candidato a vencer. 

A lógica já fez sentido na época de carros carburados, mas a realidade mudou com a injeção eletrônica. Agora, não apenas a prática não promove economia nenhuma como ainda faz aumentar o consumo.

Podemos explicar: ao manter o carro engrenado e usar o freio-motor em conjunto com o pedal de freio, a injeção eletrônica percebe que o acelerador não está mais sendo acionado e para de fornecer combustível. A própria relação de marchas do motor acoplado à transmissão e às rodas o manterá girando e funcionando.

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Já em ponto morto isso não acontece. As rodas giram livres, sem ligação com o trem de força. Assim, é preciso manter a injeção de combustível constante, como em marcha lenta, para o propulsor não “morrer”.

Para piorar, como as rodas estão livres não há freio-motor, o que obriga o motorista a usar os freios com mais veemência para controlar a velocidade. 

Isso aumenta substancialmente o desgaste dos freios e ainda gera risco de superaquecimento dos componentes, levando a um fenômeno chamado fading, que é a perda parcial ou total de eficiência da frenagem. Ninguém quer passar por isso numa descida de serra, não é mesmo? 


6. Tentar enfrentar enchente

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Malefícios: calço hidráulico, pane elétrica, contaminação do assoalho e estofado

Enfrentar um alagamento é tão grave e tão comum, que tivemos que fazer uma matéria sobre “Seis coisas que você não deve fazer com o carro em uma enchente”. A regra principal é não passar pelo alagamento se a altura da água estiver superar metade do diâmetro da roda. 

O ideal mesmo é dar meia volta e pegar outro caminho, ou esperar a água baixar antes de chegar até a parte alagada. 

Para quem não estiver convencido do quanto “se meter a valente” nessa circunstância pode custar caro, listamos detalhadamente os danos e o quanto isso pode custar. Em alguns casos a conta supera 75% do valor do carro.


7. Usar embreagem como descanso de pé

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Malefícios: danos à embreagem 

Hábito: Pedal de embreagem não é descanso para o pé esquerdo. E acredite: muitos motoristas mantêm esse vício ao dirigir um carro manual. Outro hábito comum é usar a embreagem para manter o carro engatado quando se está parado no trânsito. 

Melhor deixar ambos no passado, meu amigo, se não quiser gastar dinheiro antes do tempo com a troca de sua embreagem. Se for tarde demais e você já estiver sentido a embreagem dura, pode marcar uma visita ao mecânico.

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8. Usar a marcha no tempo errado 

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Malefícios: aumento do consumo de combustível e desgaste precoce do motor

Hábito: manter o carro em uma marcha menor do ele que deveria ou vice-versa faz mais mal ao carro do que você imagina. Por exemplo, estar a 60 km/h em segunda marcha ou a 40 km/h em quinta. 

Não tem como fazer isso sem perceber, pois o motor dá todos os sinais sonoros de que você tem que subir ou descer uma marcha, pois ele está sendo forçado. Por isso, é sempre recomendado checar o manual do proprietário a relação de marchas para rodar o tempo todo com a marcha certa engatada, de acordo com a velocidade. 

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9. Deixar de calibrar os pneus 

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Malefícios: desgaste precoce da borracha, aumento do consumo de combustível e redução da estabilidade do carro

Hábito: demorar para calibrar os pneus é um hábito maléfico comum entre os donos de carros. Alguns deixam para calibrar só quando vão abastecer, outros antes de alguma viagem. 

Mas o correto é recalibrá-los semanalmente, pois a perda de pressão vai acontecendo diariamente e de forma natural. Também é importante usar sempre a pressão recomendada no manual do veículo ou na etiqueta geralmente posicionada na coluna B, atrás da porta do motorista, ou na tampa do bocal do tanque. Nem mais, nem menos, e atenção: o número pode variar de acordo com o índice de carga presente no veículo. 

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10.  Carro muito cheio ou com carga desnecessária 

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Malefícios: danos à estrutura do automóvel, às suspensões e aos freios, aumento de consumo de combustível e comprometimento da segurança

Do homem à máquina, todo mundo tem um limite. Colocar mais pessoas no carro do que o permitido, lotar o porta-malas com objetos mais pesados do que ele pode suportar ou usar a caçamba de uma picape quase como o implemento de um caminhão pode resultar em acidentes ou até em danos irreversíveis à estrutura do carro e ao conjunto de suspensões. Isso sem falar na chance de sobrecarregar os freios numa descida.

E lembra quando escrevemos mais acima que 100 kg extras de peso aumentam o consumo em 6%? Pois então: ficar carregando caixas ou utensílios que poderiam estar guardados em casa por meses no porta-malas não apenas aumenta o consumo: em longo prazo, promovem um desgaste mais acentuado de suspensões e freios.

Isso porque o veículo terá que suportar mais carga constantemente. Portanto, se você tem uma caixa cheia de bugigangas há meses esquecida no bagageiro, chegou a hora de retirá-la e deixá-la guardada na garagem.

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11.  Deixar o carro exposto ao sol

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Malefícios: danos na carroceria e vidros, e desgaste da pintura

Hábito: esse não é bem um hábito, mas algumas vezes uma necessidade. Muitas pessoas não têm a garagem coberta, o que faz com que o carro fique exposto a chuvas e rajadas de vento, que podem causar pequenos danos à lataria. Ou ao sol, que é o principal vilão por manchar a pintura (carros brancos que o digam). 

Quem precisa deixar o carro estacionado na rua ao trabalhar ou mora numa residência com garagem descoberta não tem muito o que fazer. O ideal é procurar uma vaga na sombra ou em um lugar coberto, ou comprar uma capa para amenizar os danos.

Porém, em dias muito quentes é preciso tirá-la, pois ela pode submeter o carro a um “efeito estufa”, elevando ainda mais a temperatura, o que não a torna muito prática. Uma cera de maior duração também pode ajudar.


12.  Pedir para o frentista olhar o óleo e a água

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Malefícios: danos mecânicos leves ou graves

Hábito: ir ao posto abastecer e pedir para o frentista dar uma olhadinha no carro é tão comum quanto ir à padaria pedir pão. No entanto, essa prática pode causar sérios danos ao carro, por um motivo muito simples: frentista não é mecânico e, muitas vezes, não saberá executar alguns serviços adequadamente. 

Por mais que soe muito gentil a pergunta “posso dar uma olhadinha na água e no óleo, chefia?”, sua resposta deve ser sempre “não, obrigado”. Só quem deve abrir o capô do seu carro para mexer nos fluidos é o cara que trabalha numa oficina mecânica. Se for de confiança, melhor ainda.

Muitos frentistas aplicam água de torneira no radiador, por exemplo, enquanto carros modernos demandam o uso de fluidos refrigerantes específicos. Outros não respeitam o limite indicado pelo reservatório e não fecham direito a tampa, o que pode levar a vazamentos, superaquecimento e fazer o motor simplesmente fundir.

Tem mais: não se recomenda mexer nos fluidos ligados ao motor com o motor quente, que é normalmente o estado do motor quando paramos no posto para abastecer. Enfim, as chances de a “cortesia” levar a um prejuízo grande são bem maiores do que você pensa.

Dos 12 hábitos que estragam as peças do carro precocemente, quais você já cometeu ou ainda comete? Quais cometia no passado e deixou para trás? Comente!


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