Avaliação: Honda City 2023 faz inveja a sedans turbo em teste de 1.200 km

Em teste de 1.200 km, três-volumes mostra que, mesmo com motor aspirado, mas dotado de injeção direta, é possível entregar bom desempenho e muita economia de combustível
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30.12.2022 às 13:19 • Atualizado em 12.11.2024
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Em teste de 1.200 km, três-volumes mostra que, mesmo com motor aspirado, mas dotado de injeção direta, é possível entregar bom desempenho e muita economia de combustível

A primeira informação que você deve saber antes de seguir com esta avaliação é que não há mudanças no Honda City 2023 em relação à linha anterior. Assim, tudo que você precisa saber em relação a design pode encontrar neste artigo, e avaliar se ele é tão bom quanto o Civic neste outro.

Em nossa experiência com o ano-modelo mais atualizado do sedan, optamos por avaliar como o motor 1.5 aspirado de injeção direta se sai em um longo teste de 1.200 km, boa parte cumpridos em circuito rodoviário.

Afinal, será que a ausência do turbo, apesar da adoção de injeção direta de combustível, faz falta ao três-volumes na briga contra rivais turbinados, como Chevrolet Onix Plus, Hyundai HB20S e Volkswagen Virtus? A resposta vem logo abaixo. 

Honda City Sedan Touring 1.5 CVT: R$ 132.200. Pintura Cinza Barium (metálica): R$ 1.700. Total: R$ 133.900

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Quem precisa de turbo?

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A onda do downsizing tomou conta da indústria automobilística brasileira nos últimos anos, especialmente porque muitas fabricantes enxergaram que, através dela, seria possível oferecer carros com desempenho satisfatório pagando alíquota menor de IPI, visto que a tributação por aqui ainda ocorre de modo arcaico, levando-se em consideração o deslocamento do motor e não sua eficiência ou desempenho propriamente.

Curiosamente, a tendência vem perdendo força na medida em que: 1) a chave já virou para a era da eletrificação; 2) percebeu-se que apenas reduzir a capacidade cúbica de um motor e aplicar turbocompressor a ele não necessariamente significa uma maior eficiência em consumo.

É elementar que um carro com motor turbo tenderá a oferecer mais desempenho imediato, devido ao torque mais abundante e com picos a rotações mais baixas. 

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Entretanto, um propulsor aspirado ainda pode dar um bom caldo se bem calibrado, aproveitando o deslocamento maior para proporcionar mais elasticidade e um consumo mais equilibrado, sem tantas oscilações mesmo se o pé do motorista for mais pesado.

Foi esse equilíbrio que a Honda conseguiu na nova geração do City. Ao optar por um motor 1.5 naturalmente aspirado e flex, que aliás utiliza o mesmo bloco e o mesmo sistema de injeção direta da especificação turbo do HR-V, a fabricante japonesa otimizou custos sem comprometer o sedan do ponto de vista de desempenho e economia.

Motor: 1.5, dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16V, aspirado, flex, DOHC, comando variável de válvulas de admissão, injeção direta de combustível
Taxa de compressão: não divulgada
Potência: 126/126 cv (G/E) a 6.200 rpm
Torque: 15,5/15,8 kgfm (G/E) a 4.600 rpm
Peso/potência: 9,4/9,4 kg/cv (G/E)
Peso/torque: 76,1/74,7 kg/kgfm
Câmbio: automático CVT, 7 marchas simuladas
Tração: 4x2 dianteira
0 a 100 km/h: 10,6 segundos
Velocidade máxima: não divulgada.

Leia também: Honda ZR-V: SUV do Civic será rival do Corolla Cross, mas só em partes

Honda City 2023 - Desempenho e consumo na prática

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Não, o novo City não tem a mesma pujança de um concorrente turbinado nas arrancadas, mas possui mais potência final que todos eles, além de um consumo de combustível de fazer inveja a qualquer 1.0 turbo do mercado.

Em nosso teste, o City Touring 2023 alcançou 13,3 km/l com etanol no tanque após rodar 411 km, sendo cerca de 50 km dentro da cidade e o restante, em rodovias de pista dupla com bom fluxo. 

O ar esteve sempre ligado e o resultado foi calculado com base na quantidade de combustível usado no reabastecimento até o tanque encher novamente, ou seja, nada de número do computador de bordo.

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Depois disso, passamos a usar gasolina e aí, nos cerca de 800 km rodados posteriormente, sendo mais de 700 km em ambiente rodoviário, obtivemos 14,9 km/l no cálculo final, sempre levando em conta o combustível usado e reposto no tanque.

São números até melhores que os do modelo no Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro. E feitos por um motorista, este que vos escreve, que não tem lá a condução mais econômica no mundo.

Consumo (Inmetro): 9,1 km/l com etanol e 13,3 km/l com gasolina na cidade / 10,5 km/l com etanol e 14,8 km/l com gasolina em rodovia

Consumo Mobiauto: 14,9 km/l com gasolina e 13,3 km/l com etanol em circuito 85% rodoviário, 15% urbano.

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Honda City 2023 – Dez outros itens de destaque (bons ou ruins...)

1) Muito espaço interno 

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Tanto para passageiros quanto para bagagens, graças ao porta-malas com excelentes 519 litros. O vão para pernas no banco traseiro é enorme por causa do posicionamento do tanque de combustível abaixo da fileira dianteira (o que limita o ajuste de distância do banco do motorista para os pedais, frise-se).

2) Acabamento

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Apesar de relativamente simples, com muito plástico rígido e um baú do console central com parafusos aparentes, é correto e bem montado. O couro em tom claro é exclusivo do sedan e aumenta o ar de sofisticação, mas em longo prazo pode (e vai) encardir se você não fizer a higienização correta.

3) Não raspa tanto, apesar dos ângulos baixos

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Na ficha técnica, os ângulos de transposição do Honda City são pequenos, muito por conta do balanço dianteiro bicudo demais e do vão livre do solo relativamente baixo. Apesar disso, na prática o modelo não raspa com tanta facilidade assim. Mas é claro que você precisará ter atenção quando passar por uma valeta.

4) Suspensão agradável

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A suspensão dos novos City sedan e hatch é muito mais macia que a dos velhos City e Fit, o que torna a experiência a bordo bem mais suave e confortável. Porém, ao passar por um buraco ou lombada com mais velocidade, ainda será possível sentir um resquício daquela pancada seca e barulhenta de outrora.

5) Câmera de ré ruim sem sensor de estacionamento

Não gostei da resolução da câmera de ré, muito distorcida e sem noção precisa de profundidade. E como não há sensores de estacionamento – em um sedan, lembremos –, as manobras à ré não são tão fáceis quanto se espera de um automóvel ano-modelo 2023.

6) Gritos nos kickdowns

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O câmbio CVT com sete marchas simuladas do novo Honda City contribui muito para o desempenho correto do motor, fazendo-o rodar a giros baixos e ajudando a manter o consumo comedido. Mas tente dar um kickdown para ver o quanto ele fará o motor berrar. Aqui, ponto negativo também para o isolamento acústico.

Leia também: Honda Civic ressuscita no começo de 2023 híbrido contra o Corolla Altis

7) Multimídia que não muda do dia para a noite

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De todos os vacilos do City, este é o que verdadeiramente incomoda. Qualquer celular ou sistema multimídia troca a tela do modo diurno para o noturno automaticamente ao perceber a mudança externa na intensidade da luz.

Mas não o sistema da Honda, que mantém a luminosidade igual e te obriga a ter que fazer o ajuste manualmente através de um dos botões físicos localizados à esquerda da tela de toque de 8 polegadas. Isso depois de quase te cegar com o brilho excessivo em meio ao breu da noite.

8) Câmera de ponto cego

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Ela ajuda a ver melhor o que se passa à direita do carro, mas se sobrepõe à imagem do sistema multimídia ao dar seta para aquele lado, o que pode atrapalhar a visualização do mapa na hora de uma conversão. 

Quem se incomodar terá que desativá-la nas configurações da central, ou apertar um botão na extremidade da chave de seta toda vez que acionar a luz de indicação do lado direito.

9) Condução semiautônoma

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Os sistemas de condução semiautônoma do Honda City Touring são surpreendentes. O ACC (controle de cruzeiro adaptativo) tem funcionamento suave e o assistente de permanência em faixa corrige a trajetória do volante de modo sutil, mantendo o carro quase sempre centralizado e em linha reta, sem os zigue-zagues típicos de alguns concorrentes.

10) Boas sacadas no painel

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Desde os comandos simples e fáceis do ar-condicionado digital até o porta-carteira localizado no canto inferior esquerdo do painel. Só não há mais aquele porta-copos contíguo à saída de ar do extinto Fit.

Dimensões: comprimento, 4.549 mm; entre-eixos, 2.600 mm; largura, 1.748 mm; altura, 1.477 mm; porta-malas, 519 litros; tanque de combustível, 44 litros; peso em ordem de marcha, 1.170 kg.

Dados técnicos: direção elétrica progressiva; suspensões tipo McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira); freios a disco ventilados (dianteira) e tambor (traseira); diâmetro de giro, 10,6 m; vão livre do solo, 144 mm; ângulo de ataque, 15,3°; ângulo central, não divulgado; ângulo de saída, não divulgado.

Leia também: Segredo: Honda Civic e:HEV virá mais tarde e mais caro que pensávamos 

Honda City Touring 2023 - Itens de série

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Além dos obrigatórios airbags frontais, freios dianteiros com ABS (antitravamento) e EBD (distribuição eletrônica de frenagem), cintos de segurança de três pontos em todas as posições, encostos de cabeça em todas as posições e ganchos Isofix para cadeirinhas infantis, o City Hatch Touring 2022 vem de série com:

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Visual: faróis full-LED com luzes diurnas integradas, acionamento automático, farol alto automático e ajuste manual de altura do facho; faróis de neblina de LED; lanternas com guias e luzes de freio de LED; rodas de liga leve aro 16 polegadas com acabamento diamantado e preto brilhante; antena tipo barbatana de tubarão.

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Conforto e acabamento: chave com sensor presencial; partida do motor por botão; travas elétricas; vidros com função “um-toque” e antiesmagamento; volante multifuncional com regulagem de altura e profundidade; retrovisores externos com rebatimento elétrico; ar-condicionado automático e digital, bancos com revestimento em couro sintético na cor preta; teto em tom claro; bancos dianteiros rebatíveis em modo cama; banco traseiro bipartido com encosto e assento rebatíveis.

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Tecnologia: quadro de instrumentos parcialmente digital de 7”; central multimídia de 8 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio; sensores de estacionamento dianteiros e traseiros; câmera de ré com gráficos dinâmicos e três modos de visualização (130°, 180° e visão superior); modos de condução Eco, Normal e S.

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Segurança: estrutura de deformação progressiva; controles de estabilidade e tração; assistente de partida em rampa; seis airbags (frontais, laterais e de cortina); alerta de não afivelamento dos cintos de segurança; monitoramento de pressão dos pneus; câmera para redução de ponto cego à direita; frenagem autônoma de emergência com detecção de pedestres, ciclistas e carros cruzando à diagonal; controle de cruzeiro adaptativo (ACC); assistente de permanência em faixa; alerta de troca involuntária de faixa.

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Vale a pena comprar o Honda City 2023?

Pelo nível de desempenho, conforto, espaço e consumo, sim. Além, é claro, de ser um Honda, um carro geralmente confiável mecanicamente e com pós-venda preciso, quase impecável. Só que o valor da versão Touring é salgado, acima da média do segmento, e alguns detalhes já apontados aqui deixam a desejar para sua faixa de preço.

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