Avaliação: Renault Duster TCe 2023 posto à prova por um mês e 2.100 km

Testamos desempenho, consumo, conforto, espaço e ergonomia do SUV ao longo de 33 dias, e com mais de 2.000 km rodados
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03.02.2023 às 11:00 • Atualizado em 12.11.2024
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Testamos desempenho, consumo, conforto, espaço e ergonomia do SUV ao longo de 33 dias, e com mais de 2.000 km rodados

 Com o iminente fim de linha do Captur, e até a chegada do elétrico Mégane E-Tech e do híbrido Arkana E-Tech, o Renault Duster Iconic TCe se tornou o produto mais sofisticado da marca francesa no Brasil.

É um SUV que entrega talvez o melhor nível de espaço interno do segmento e uma interessante relação custo-benefício, especialmente nesta versão, a única a usar o motor 1.3 turbo flex de até 170 cv. Ela faz o desempenho mudar da água para o vinho em relação ao 1.6 SCe usado nas opções de entrada.

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Vale lembrar que o Duster já virou para a linha 2024 este mês. A unidade que testamos por um mês entre dezembro e janeiro ainda é 2023, mas não houve mudanças visuais nem no pacote de equipamentos. Ou seja, tudo que for aqui falado vale para o novo ano-modelo.

Testamos desempenho, consumo, conforto, espaço e ergonomia do SUV ao longo de 33 dias, e com mais de 2.000 km rodados

Nosso teste ocorreu entre os dias 14 de dezembro e 16 de janeiro e totalizou 2.133 km, sendo pouco mais de 1.500 km em rodovias e 600 km em perímetro urbano, além de alguns poucos quilômetros percorridos em estradas de terra mais leves.

Nele, pudemos testar com mais afinco atributos como desempenho, consumo de combustível, conforto, espaço interno, ergonomia e tecnologias. Detalhes de design e acabamento já apontamos nesta outra avaliação e seguem valendo, por isso focaremos nesses outros itens de avaliação. Confira como o Duster 2023 se saiu.

Renault Duster Iconic 1.3 TCe 2022: R$ 143.390. Pintura Marrom Vision: R$ 1.650. Outsider Pack (apliques plásticos nos para-choques e laterais; faróis auxiliares de longo alcance): R$ 1.800. Total: R$ 146.840

Duster TCe anda muito bem, obrigado

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É preciso dizer que o Renault Duster se tornou outro SUV com o motor 1.3 turbo flex desenvolvido pela Renault em parceria com a Mercedes-Benz, e que por enquanto é trazido ao Brasil importado. Com ele, a fama de manco existente nas versões 1.6 aspiradas ficam para trás.

Durante os percursos rodoviários, não faltou torque a rotações mais baixas para realizar ultrapassagens, tampouco elasticidade. O casamento com o câmbio CVT é agradável, mantendo os giros relativamente baixos a velocidades de cruzeiro. E isso que o Duster está longe de ser o veículo mais aerodinâmico de todos.

Fiquei imaginando do que esse trem de força seria capaz em um sedan, por exemplo. De todo modo, com um conjunto de suspensões que já se notabilizava pela robustez, o Duster oferece a dinâmica típica de um SUV nas curvas de estrada, porém com rolagem da carroceria dentro do aceitável.

Leia também: Avaliação: Renault Duster 1.3 não deveria estar à sombra do Renegade

Na cidade, é possível sentir bem os impactos de ruas esburacadas e terrenos irregulares. Afinal, ainda é um projeto de baixo custo. Mas a valentia para encarar vias problemáticas, inclusive estradas de terra de baixa complexidade, segue lá, junto com os ângulos generosos. Nesse aspecto, o Duster é um dos melhores representantes da categoria. 

Motor: 1.3, dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16V, turbo, flex, comando de válvula duplo no cabeçote, injeção direta de combustível
Taxa de compressão: 10,5:1
Potência: 170/162 cv (G/E) a 5.500 rpm
Torque: 27,5 kgfm (G/E) a 1.600 rpm
Peso/potência: 8 kg/cv (G/E)
Peso/torque: 49,2 kg/kgfm
Câmbio: automático CVT, 8 marchas simuladas
Tração: dianteira
0 a 100 km/h: 9,2 segundos
Velocidade máxima: 190 km/h

Dados técnicos: direção elétrica; suspensões tipo McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira); freios a disco ventilados (dianteira) e tambor (traseira); diâmetro de giro: 10,7 m; vão livre do solo: 237 mm; ângulo de ataque: 30º, ângulo central: 22º, ângulo de saída: 34,5º; carga útil, 512 kg

Já o consumo...

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Consumo de combustível comedido nunca foi o forte do Renault Duster. O axioma segue valendo mesmo com a entrada do motor 1.3 TCe, teoricamente mais eficiente. Com etanol, os números ficaram muito similares aos do Inmetro. Com gasolina, foram até ligeiramente inferiores.

Lembrando que usamos o Duster quase sempre com ar-condicionado ligado e, muitas vezes, com o bagageiro lotado e três ou quatro passageiros a bordo. Isso ameniza os resultados práticos, mas confirma que o SUV não é uma compra recomendada para quem faz questão de ficar longe do posto.

Consumo Inmetro: 7,7 km/litro na cidade e 9,4 km/litro na estrada com etanol / 10,8 km/litro na cidade e 11,5 km/litro na estrada com gasolina

Consumo Mobiauto: 8,6 km/l com etanol 40% de uso na estrada e 60% na cidade / 10,6 km/l com gasolina, sendo 80% de uso na estrada e 20% na cidade.

Espaço de sobra, conforto na medida

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O Renault Duster já era referência em espaço interno no segmento de SUVs compactos e isso não mudou. Seja nas duas fileiras de assento ou no porta-malas, dificilmente os passageiros ou as bagagens passam aperto dentro dele. Cheguei a viajar carregando várias malas, bolsas e caixas a bordo, e os 475 litros do bagageiro sempre deram conta do recado (e com sobras).

O conforto a bordo é digno do segmento de SUVs compactos generalistas. Falta refinamento nas suspensões e na espuma dos bancos, mas os dianteiros acomodam bem o corpo de motorista e passageiro e mesmo em trajetos mais longos não se sente qualquer tipo de cansaço.

Desde a chegada da segunda geração, em 2020, o Duster ganhou direção elétrica, muito mais leve e direta que o antigo sistema eletro-hidráulico que o equipava. Isso ajuda a não fatigar o condutor em percursos rodoviários. 

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Porém, mesmo com diversas melhorias feitas ao longo dos anos, como a troca de posição dos famigerados ajustes elétricos dos retrovisores, que antes ficavam sob a alavanca do freio de estacionamento e foram migrados para o canto esquerdo do painel, o Duster ainda tem suas limitações de ergonomia.

Por exemplo, a posição do banco é um pouco torta em relação a volante e pedais. Mas isso não chega a incomodar. Já a posição da tela multimídia, muito para baixo, sim. Ao mesmo tempo, o apoio de braço dedicado ao motorista precisa ser levantado toda vez que se quer acoplar ou desacoplar o freio de estacionamento. 

Dimensões: comprimento, 4.376 mm; entre-eixos, 2.673 mm; largura, 1.832 mm; altura, 1.693 mm; porta-malas, 475 litros; tanque de combustível, 50 litros.

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Seis detalhes legais do Duster Iconic TCe 2023

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  1. Quatro câmeras de manobra – São excelentes, tanto pela resolução das imagens quanto pelo posicionamento. Ajudam a enxergar pontos cegos de manobra e não são invasivas, pelo simples motivo de que, tirando a de ré, você só as aciona se quiser, através de um simples toque em uma tecla logo abaixo da central multimídia.
  2. Visibilidade – O Renault Duster proporciona o ponto H elevado e tem ótima área envidraçada, o que aumenta a visibilidade e dá sensação de segurança a quem dirige.
  3. Ar-condicionado digital – Tem comandos muito fáceis de entender e mexer, além de uma estética elegante para todos os seletores giratórios, teclas e telas digitais.  
  4. Volante – Estreado pela dupla Sandero e Logan e hoje presente em quase toda a gama nacional da Renault, se destaca pelo design e ótima pegada. Os comandos satélites para o sistema de entretenimento seguem presentes à direita da coluna. Uma vez que se pega a mão deles, ficam intuitivos de mexer sem desfazer a empunhadura da mão.  
  5. Som de boas-vindas – O aviso sonoro de boas-vindas quando se abre as portas não cansa os ouvidos nem é alto demais. Enfim, uma solução de bom gosto.  
  6. Abertura do capô – O item mais surpreendente do Renault Duster é o capô com molas pressurizadas, geralmente presentes apenas em carros de luxo. Elas facilitam a abertura e dispensam o encaixe do velho ferrinho para que se mantenha aberto.

Quatro detalhes negativos do Duster Iconic TCe 2023

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  1. Maçanetas que abrem para cima – É algo que atrapalha? Não. Mas convenhamos que dá ao Duster um aspecto de projeto envelhecido. 
  2. Chave com sensor presencial – Além de a Renault insistir em usar uma chave-cartão que já ficou para trás em termos estético, o carro dá um apito duplo toda vez que se afasta dele com a chave no bolso sem apertar o botão de travamento. É a indicação de que as portas estão sendo automaticamente trancadas. 

Legal saber disso? Talvez, mas fica chato quando você tem que passar perto do veículo várias vezes estando em posse da chave, pois aí vai ouvir o bip-bip do travamento toda vez que se afastar de novo. 

  1. Isolamento acústico – O ruído do motor invade demasiadamente a cabine, a ponto de você conseguir o assobio da turbina.
  2. Alguns itens simples demais – Faltam elementos de tecnologia ao Duster, mesmo em sua versão de topo. Projeção de celulares sem fio, por exemplo, ou um quadro de instrumentos com mais do que um computador de bordo digital monocromático de 3,5 polegadas.

Vale a pena comprar o Duster TCe 2024?

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Pelo custo-benefício e pelo bom desempenho, com certeza. O Duster sempre foi o SUV compacto mais espaçoso e talvez mais robusto do mercado (sem contar opções 4x4, claro), mas com o motor 1.3 turbo passou a entregar também um motor moderno e elástico.

Faltam elementos mais tecnológicos, mas em um mundo no qual VW T-Cross, Jeep Renegade e Hyundai Creta já passam de R$ 170.000, o Duster Iconic TCe pode ser visto como uma opção muito interessante.

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