Cyberfusca: a réplica brasileira da picape elétrica de Elon Musk
Até mesmo Elon Musk ficaria impressionado com o que um brasileiro fez para produzir seu próprio Tesla Cybertruck. Um spoiler: o polêmico Tesla à brasileira usou como base um dos mais icônicos automóveis da indústria brasileira: VW Fusca.
Já imaginou como isso foi possível? Então, Lucas Carvalho só precisou de um local coberto e muita criatividade para dar início ao projeto da sua versão da picape da Tesla.
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A picape elétrica de Elon Musk possui uma variante com dois e outra com três motores elétricos. Na primeira, com uma usina na dianteira e outra na traseira. Nada menos do que 612 cavalos de potência e 102 kgfm de torque dão o tom do 0 a 100 km/k em 4,3 segundos, isso pesando 3.050 kg. Já na segunda, com acréscimo de mais um motor, a picape elétrica entrega 845 cv.
A bateria para versão com 612 cv é de 123 KWh de íons de lítio e oferece uma autonomia de 547 km, conforme a Tesla. Mas como será que a versão brasileira se sai?
Nos últimos 8 meses, o criador de conteúdo compartilhou em seu canal no YouTube sua rotina de criação e desenvolvimento do Cyberfusca. Confira como foi:
Como foi feito o Cyberfusca?
Primeiro, Lucas separou a carroceria do chassi do Fusca, afinal somente a base seria utilizada no projeto. Na sequência, o autor reforçou a estrutura em alguns pontos com solda para só então pintar o chassi. Também foram feitas algumas alterações na parte mecânica, onde o Fusca apresentava problemas como na caixa de direção.
Para produzir a carroceria à lá Cybertruck foi necessário recorrer a um software de desenho, principalmente por conta das medidas, que só de comprimento ficou em 3,71 metros, menor do que os 5,68 m da picape Tesla original.
Feito de aço inoxidável, o Cybertruck tem essas formas e ângulos mais quadrados justamente por conta do seu material não ser dos mais maleáveis. Já no Cyberfusca, toda a carroceria foi feita em tubos de aço de metalon, como revelou Lucas. Ele desenhou a estrutura no chão da sua oficina e foi soldando ponto a ponto.
Parte da carroceria do Fusca também serviu de apoio para reforçar o interior da picape artesanal, principalmente o painel.
Para lataria, Lucas usou chapas de 18 mm de aço e foi fixando também com solda. Entre erros e acertos na carroceria, o autor do projeto foi ajustando tudo sozinho para deixar a réplica a mais fiel possível.
Sob o capô foi mantido o compartimento para bagagem, assim como é no Fusca. Já na traseira, o brasileiro decidiu fazer a caçamba, afinal, uma picape sem o compartimento traseiro não é picape. Claro que Lucas não esqueceu do motor e fez um acesso à usina.
Funilaria
Com parte dos fios de iluminação e faróis e lanternas são colocados, foi a hora de iniciar o processo de funilaria. Para dar as formas mais vincadas, Lucas passou massa em alguns lugares e na sequência aplicar o primer. Por último, a pintura vermelha.
Para as janelas, foram usadas a parte elétrica de subir descer os vidros de Fiat Uno e Fiorino. Em vez do vidro, Lucas optou por acrílicos para encaixar nas janelas.
Adaptadores de rodas foram usados para trocar a furação do Fusca para modelos da Volkswagen mais novos. As rodas, as Orbitais famosas na família do Gol quadrado, foram pintadas de preto brilhante e encaixadas em pneus 185/70 com mais borracha.
Interior
Como em boa parte do projeto, a forração da parte interna, molduras e multimídia do painel, foi Lucas o responsável por posicionar tudo, inclusive a parte de forração e posicionamento dos cinco assentos.
No para-brisa e teto solar panorâmico, em vez do acrílico, Lucas aplicou vidro mesmo, inclusive o Cyberfusca não ficou sem limpadores dianteiro. Ainda foram instalados alto-falantes que são configuráveis pela central multimídia.
Motor e câmbio
Como o motor e câmbio do Fusca foram mantidos, o Cyberfusca tem tração traseira em vez de integral como no modelo de Elon Musck.
Até o último atualização, o Cyberfusca tinha alterado sua cor de vermelho para a prata. O tom da cor usada é a prata Polaris, usada em carros da linha Chevrolet.
Repórter
Encontrou no jornalismo uma forma de aplicar o que mais gosta de fazer: aprender. Passou por Alesp, Band e IstoÉ, e hoje na Mobiauto escreve sobre carros, que é uma grande paixão. Como todo brasileiro, ainda dedica parte do tempo em samba e futebol.