Empurroterapia: 6 serviços desnecessários oferecidos na revisão do carro

Empurroterapia significa o ato de tentar empurrar serviços desnecessários na revisão do carro, a fim de fazer o valor final do serviço encarecer. 

O setor automotivo é realmente um mundo cheio de macetes, o que faz com que alguns profissionais se aproveitem de muitas pessoas que não têm conhecimento mecânico para saber o que é ou não verdadeiramente importante na hora da manutenção preventiva. 

Essa prática já é muito comum no Brasil. E até a pandemia do novo coronavírus, que tem feito milhões de vítimas pelo mundo, vem sendo usada como argumento para empurrar serviços como limpeza do ar-condicionado com produtos inadequados. 

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Para sabermos quais são serviços desnecessários mais comuns oferecidos nas oficinas, conversamos com o fundador e CEO da rede de oficinas High Torque, Alexandre Dias Generoso, o ADG, dono de um canal no YouTube de mesmo nome com mais de 1 milhão de inscritos. 

ADG, que é parceiro da Mobiauto, listou práticas absurdamente comuns para ajudar a alertar o consumidor para que ele não seja enganado a próxima vez que visitar uma oficina mecânica para realizar a revisão do carro. 

Seis serviços desnecessários que são comumente ofertados nas revisões

1. Cristalização de pintura: 

O serviço não é desnecessário, afinal, ele tem a função de aumentar a durabilidade da pintura e realçá-la, dando ao carro um ar de bem cuidado. No entanto, é preciso ficar atento. Ao comprar um veículo zero-quilômetro ou fazer uma revisão, o cliente pode optar por realizar a cristalização. 

A dica do ADG é que os interessados busquem diretamente uma empresa de estética automotiva para contratar o serviço, e não uma revenda da marca ou oficina genérica. Isso porque, segundo ele, concessionárias não têm expertise para fazer o serviço por conta e acabam terceirizando-o, o que o deixará muito mais caro.

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2. Limpeza dos bicos injetores sem desmontagem

Em algumas concessionárias e oficinas é comum oferecerem o serviço de “limpeza preventiva dos bicos injetores” utilizando apenas produtos químicos. 

Nosso mecânico parceiro adverte que esse é apenas mais um meio de empurrar um serviço desnecessário na revisão, já que, para uma limpeza eficiente dos bicos de alimentação, seja para uma correção ou prevenção, é preciso usar o equipamento ultrassom.

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3. Óleo lubrificante mais caro

Nem sempre o mais caro é o melhor. Essa frase se aplica muito bem para este caso. É muito comum que mecânicos oferecem óleos mais caros a clientes que não têm conhecimento mecânico, sob o argumento de que ele custa mais justamente por ser melhor. 

No entanto, o que muitos não sabem é que há um tipo de lubrificante adequado para cada equipamento. Por exemplo, há marcas que têm dois tipos de motores e cada uma precisa de um tipo diferente de lubrificante. 

Como muitos não sabem dessa informação, o atendente pode convencer o cliente a levar o mais caro no lugar do adequado, fazendo com que o dono do carro tenha um prejuízo duplo. 

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No fim, além de gastar mais com o óleo mais caro, há grandes chances de a vida útil e a eficiência do equipamento diminuírem, já que o lubrificante não tinha as propriedades necessárias para aquela peça, explica o empresário.

O mais seguro, aqui, é seguir sempre as especificações indicadas no manual do veículo.

4. Descarbonização do motor ou “flushing”

É comum que esses dois serviços sejam oferecidos no processo de troca de óleo. Porém, o proprietário da oficina e do canal High Torque afirma que nenhum deles é necessário se o óleo utilizado for o indicado pela fabricante e se for trocado no prazo recomendado, pois assim não se cria sujeira no motor. 

5. Lubrificação das portas

Talvez esta seja a empurroterapia mais absurda dessa lista. Quando o cliente leva o carro para a revisão, algumas concessionárias tentam cobrar à parte a lubrificação das dobradiças das portas. ADG conta que esse é o famoso “kit lubrificação”, e que é uma verdadeira aberração. 

Ele explica que não faz sentido cobrar pela lubrificação de peças como essas, pois isso já deve estar incluído nos insumos básicos da oficina e no valor da hora trabalhada e não ser cobrada como um serviço à parte. 

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Até porque a quantidade que vem no frasco sempre acaba sobrando e o cliente não tem como utilizar o produto restante, isso quando o resíduo é entregue ao cliente... 

6. Higienização do ar-condicionado

Em período de pandemia, muitos estabelecimentos estão aproveitando o momento para vender produtos com teórico poder bactericida ou antivírus, afirma o mecânico. 

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ADG alerta que muitos produtos como granadas de aroma na verdade não têm efeito antiviral nenhum, tornando-se apenas mais uma forma de empurroterapia. E orienta que, para uma higienização eficiente do ar-condicionado, o melhor é usar uma máquina de ozônio.

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