Geely se veste de marcas de luxo para tentar sucesso em sua 2ª vez no Brasil
O mercado brasileiro passa por uma invasão chinesa. Além de BYD e GWM, chegaram ou chegarão em breve ao mercado nacional as marcas Neta, GAC, Foton (que já trabalha com comerciais no Brasil), Seres, Jaecoo, Omoda e Geely. Sim, a Geely, mas não exatamente do jeito que você imagina.
Quem acompanha o mercado automotivo há mais tempo, lembra que a Geely já esteve aqui no Brasil. Na mesma época em que a única chinesa a vender carros era a JAC Motors, a empresa tentou emplacar dois carros bem distintos aqui no Brasil.
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O mais barato deles era o Geely GC2, um subcompacto batizado de Panda e que usava um motor 1.0 de apenas 68 cv e 8,9 kgfm de torque - seu 0 a 100 km/h era feito em quase 20 segundos. Ao menos o consumo era bom, já que fazia quase 20 km/l na estrada. Os números são de testes feitos pela Revista Carro, já que os divulgados pela marca apontavam 0 a 100 km/h na casa dos 14 segundos e consumo de 14 km/l.
A segunda opção era o Geely EC7, um sedã médio que se destacava no preço, já que era tabelado em R$ 50 mil, enquanto os demais concorrentes partiam de R$ 60 mil. Outro ponto positivo era o porta-malas, com inacreditáveis 670 litros. O motor era um 1.8 de 130 cv e 16,9 kgfm, enquanto o câmbio era manual de cinco marchas.
No entanto, com apenas 15 concessionárias e baixo investimento, ao contrário do momento atual, a Geely fracassou.
Agora você deve estar se perguntando como que ela voltou e não há nenhum carro da marca Geely à venda no Brasil, certo? A reposta é que agora ela veste marcas de luxo, e passa despercebida.
O Grupo Geely é um dos maiores do mundo automotivo. Em 2023, pela primeira vez um grupo chinês ficou entre os 10 mais vendidos, e foi justamente a Geely. O tal conglomerado agora começa a desembarcar no Brasil com três marcas: Volvo, Zeekr e Radar. Todas as marcas controladas por eles, mas sem ficar estampando seu nome na lataria.
A Volvo, como já sabemos, é uma das principais marcas de luxo do mercado brasileiro e quer dobrar sua participação com o lançamento do EX30. A Zeekr já prometeu dois lançamentos para o Brasil e atuará em um mercado mais premium. Enquanto a Radar desembarcará no Brasil em breve com a Riddara RD6, que em outros mercados é chamada de Radar.
Vale lembrar que a Geely ainda é parceira da Renault na criação da Horse, empresa de motores que fornece o motor do Kardian e será responsável por fornecer motores híbridos para a marca francesa bem como para a Nissan. E ainda é a maior acionista da Daimler, que tem ações de Mercedes-Benz, Tesla, Renault-Nissan, MV Agusta etc.
Se você ainda acha pouco, o grupo ainda tem a Polestar, que é a marca de esportivos da Volvo, Lynk & Co, Livan (em fusão com a Lifan), Lótus, Farizon (marca de ônibus e caminhões), LEVC (responsável pelos táxis elétricos para a cidade de Londres), Jidu Auto (em parceria com a Baidu), Proton, Smart (joint-venture com a Mercedes-Benz) e as marcas de motos Benelli e Qianjiang.
Editor de conteúdo
Prefere os hatches com vocação esportiva, ainda que com um Renegade na garagem. Formado em jornalismo na Fiam-Faam, há 10 anos trabalha no setor automotivo com passagens pelo pioneiro Carsale, além de Webmotors e KBB.