GM pode trazer a Cadillac ao Brasil depois da leva de elétricos da Chevrolet
Há dois anos, a General Motors anunciou que todos seus carros serão elétricos a partir de 2035. Dessa maneira, anunciou investimentos de US$ 35 bilhões para criar novos modelos e pretende cumprir a meta também no Brasil.
O plano ainda engatinha por aqui, já que somente Bolt e sua versão SUV, lançada essa semana, estão disponíveis. Além disso, Equinox EV e Blazer EV também estão prometidos para meados de 2024.
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E é justamente essa dupla que pode ajudar a GM a finalmente trazer ao Brasil a sua marca de luxo, Cadillac – de maneira oficial.
Luxo impulsiona eletrificação
Se você reparar no segmento de carros elétricos, são duas grandes vertentes que impulsionam as vendas: luxo e logística. No primeiro, justamente a Cadillac se encaixa, enquanto no segundo há a startup BrightDrop.
No entanto, o foco do presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro, neste momento, são os veículos de passeio. Tanto que, em comunicado no ano passado, disse que: “A eletrificação traz outra perspectiva para a GM na América do Sul, principalmente em função dos veículos, tecnologias e serviços que desenvolvemos globalmente. Estamos avaliando novas oportunidades”.
Durante a apresentação do Bolt EUV para a imprensa, a Mobiauto, conjuntamente com o jornalista João Brigato, do Auto+, questionou o presidente sobre a possibilidade. A resposta não foi direta, mas deu indícios.
Segundo Santiago, o mercado de luxo está em expansão na América Latina e a General Motors tem zero participação e precisa participar. Logo, podemos deduzir que há planos para a introdução de uma marca nesse segmento, e é justamente onde a Cadillac se encaixa.
Além disso, essa transição elétrica tende a, no primeiro momento, diminuir a lucratividade da empresa, enquanto os carros elétricos forem consideravelmente mais caros que os modelos a combustão.
Ao trazer marcas de muito valor agregado, a GM pode amortizar esse problema, uma vez que a margem de lucro de carros da Cadillac é maior que os da Chevrolet, por exemplo.
México e a plataforma Ultium
Não é novidade que a Hummer se tornou uma divisão dentro da GMC, foi com a Hummer EV que o grupo estreou a arquitetura Ultium. Essa nova geração estará em todos os novos carros elétricos das mais variadas marcas do grupo.
A arquitetura eletrônica, motores e módulos de baterias são intercambiáveis entre todas as marcas, o que aumenta a economia de escala. Além disso, as novas baterias da GM são de níquel-cobalto-manganês-alumínio (NCMA), que custam 60% menos.
Elas ainda prometem capacidade de recarga de até 350 kW. Esse conjunto novo ainda acumula 50% mais energia dos que as presentes no Bolt, por exemplo. Elas podem ser dispostas na longitudinal, transversal, em pé ou deitadas para se adaptarem a cada projeto.
Essa arquitetura ainda prevê cinco motores já apresentados. O mais potente deles tem 345 cv para uso dianteiro ou traseiro. No entanto, a combinação de quatro deles pode levar para mais de 1.000 cv, como no Hummer EV.
Tanto o Blazer como o Equinox serão feitos no México ainda este ano. É de lá que eles serão enviados para o Brasil. E é possível que essa planta receba a fabricação de um novo Cadillac.
Qual Cadillac?
Bom, hoje, o Cadillac que faria mais sentido para o mercado nacional é o Lyriq. Ele seria um claro competidor do Audi e-tron na casa dos R$ 500 mil. No entanto, a General Motors já registrou outros dois nomes por aqui: Optiq e Symboliq.
Este outro modelo será um SUV, que já foi flagrado em testes e seria uma espécie de versão da Cadillac para o Equinox EV, assim como Blazer EV é baseado no Cadillac Lyriq. Apesar dos testes, ainda não informações sobre as especificações desse novo veículo.
Editor de conteúdo
Prefere os hatches com vocação esportiva, ainda que com um Renegade na garagem. Formado em jornalismo na Fiam-Faam, há 10 anos trabalha no setor automotivo com passagens pelo pioneiro Carsale, além de Webmotors e KBB.