Renault Kangoo: onde o furgão ganha e perde para Fiat Fiorino e Peugeot Partner
Depois de trazer ao Brasil o furgão elétrico Renault Kangoo E-Tech, a montadora francesa apresentou a renovação do Kangoo a combustão. O modelo chegou para competir no segmento dos furgões compactos, dominado principalmente por Fiat Fiorino.
Testamos o Furgão por sete dias e rodamos algumas centenas de quilômetros com ele. Por ser o último a chegar, o Kangoo tem o projeto mais novo e apresentou alguns diferenciais, como a porta corrediça na lateral, que é um item que seus rivais não possuem.
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Além disso, o Kangoo traz outros atributos que iremos mostrar a seguir e comparar com seus principais concorrentes.
Capacidade de carga
Com uma proposta voltada para o transporte de carga, o Kangoo já inicia em vantagem por ter 750 kg de capacidade de carga, contra 650 kg dos seus rivais Fiat Fiorino e Peugeot Partner.
Além dos 100 kg a mais de bagagem, o furgão francês deixa o espaço no compartimento de carga empatado. Os três modelos possuem 3,3 metros cúbicos de capacidade volumétrica.
Consumo
Com o mesmo motor 1.4 flex de 8V, Partner e Fiorino têm também o mesmo consumo de combustível: 8,1 km/l na cidade e 8,4 km/l na estrada no etanol e 11,4 km/l na cidade e 12,4 km/l na estrada na gasolina. Conforme números do Inmetro.
Aqui, o Kangoo tem seu primeiro revés. No mesmo ciclo do Inmetro, o furgão da Renault apresenta 7,5 km/l na cidade e 8 km/l na estrada no etanol e 11,3 km/l na cidade e 11,8 km/l na estrada na gasolina.
Em nossos testes, o furgão rodando sempre com etanol manteve a média apresentada pelo Inmetro no ciclo urbano. Mesmo assim, ponto para os rivais, pois consumo está na primeira prateleira quando o assunto é veículos comerciais.
O modelo francês perde ainda mais por conta dos seus 47 litros de capacidade do tanque de combustível, contra 55 litros dos concorrentes.
Aproveitamento de espaço
Outro trunfo do Kangoo nesse aspecto é que, na cabine, os rivais oferecem 13 litros de capacidade em porta-objetos, já no furgão da Renault são 33 L.
Ambos também possuem as aberturas das portas bipartidas com travas. O trunfo do Kangoo está exatamente na porta corrediça na lateral direita. Apesar de furgão compacto, a porta extra vai facilitar tanto o acesso, como a carga e descarga.
Motor
Para poder transportar 100 kg a mais de carga que os rivais, espera-se que o Kangoo tenha um trem de força mais potente, certo? E é isso que acontece.
Equipado com motor 1.6 SCe flex, o furgão oferta até 115 cv de potência e 15,7 kgfm de torque. A transmissão é manual de cinco marchas, assim como dos rivais.
Partner e Fiorino tem sob o capô o 1.4 flex de 8V, que rende até 86 cv de potência e 12,2 kgfm de torque.
Essa vantagem motriz fica evidente nas retomadas e acelerações, que é o diferencial na hora de carregar alguns quilos a mais.
Segurança
Aqui o confronto é bem mais acirrado. Ambos possuem freios a disco ventilados nas rodas dianteiras e a tambor na traseira. O Kangoo até vem com o desenho no para-choque dianteiro para faróis de neblina, mas apenas os rivais possuem as luzes de verdade.
Por ser um item obrigatório a partir de 2024, os três furgões já têm assistente de partida em rampa, assim como airbag duplo frontal para motorista e passageiro.
Conforto
Não que acabamento faça tanta diferença para furgões, mas conforto e tecnologia embarcada ajudam muito quem passa várias horas do dia a bordo de um veículo comercial.
A multimídia de 7 polegadas do Kangoo já possui conexão para Apple Carplay e Android Auto por fio. Já Partner e Fiorino sequer têm uma central de entretenimento.
Entre os itens de série, o Kangoo ainda tem ajuste elétrico dos retrovisores, equipamento que não existe em Fiorino e Partner com ajustes manuais. Ambos não têm comandos no volante, exceto o furgão da Renault que vem com algumas funções no comando satélite atrás do volante.
Preço
A compra de um veículo comercial mostra a eterna briga custo x benefício. Nesse aspecto, o Partner é imbatível até o momento. O furgão sai por R$ 116.990, enquanto o líder de vendas Fiorino R$ 118.990. O Kangoo é comercializado por R$ 120.800. Todos eles são oferecidos em versão única.
Renault Kangoo - ficha técnica
Motor: 1.6 dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16V, injeção eletrônica sequencial multiponto
Potência: 111 cv (gasolina) / 115 cv (etanol) a 5.750 rpm
Torque: 15,7 kgfm (gasolina)/(etanol) a 4.000 rpm
Câmbio: manual de cinco marchas
Tração: dianteira
0 a 100 km/h: 10,8 segundos
Velocidade máxima: 176 km/h
Consumo Inmetro: 7,5 km/l na cidade e 8 km/l na estrada com etanol e 11, 3 km/l na cidade e 11,8 km/l na estrada com gasolina.
Dimensões: comprimento do veículo: 4.409 mm, largura do veículo 1.728 mm, altura do veículo 1.808 mm, distância entre-eixos 2.812 mm, 47 litros de tanque de combustível e 750 kg de carga útil e 3,3 m³ de capacidade volumétrica.
Dados técnicos: direção hidráulica; suspensão McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira); freios a discos ventilados e a tambor na traseira; vão livre do solo 19,6 cm;, pneus 185/65 R15.
Novo Renault Kangoo – vale a pena comprar?
Até junho deste ano, o Fiorino já acumula 8.974 unidades emplacadas. Bem distante das 237 unidades do Kangoo, mas um pouco mais perto das 424 vendas do Peugeot Partner.
O Kangoo tem mais capacidade de carga, porta extra e é mais potente. Em contrapartida, por já estar há mais tempo no mercado, Fiorino e Partner têm seu potencial de revenda já mais estabelecido, o que também é levado em consideração.
Lançado no início de junho deste ano, o novo Kangoo ainda tem pouco tempo de mercado, mas oferece mais capacidade e tem tudo para incomodar cada vez mais a dupla do grupo Stellantis.
Repórter
Encontrou no jornalismo uma forma de aplicar o que mais gosta de fazer: aprender. Passou por Alesp, Band e IstoÉ, e hoje na Mobiauto escreve sobre carros, que é uma grande paixão. Como todo brasileiro, ainda dedica parte do tempo em samba e futebol.