GAC irá além da BYD e GWM para vender carros no Brasil

Poucos mais de dois meses de confirmar sua chegada ao Brasil, a GAC anunciou ontem (5) um acordo de cooperação técnica com três universidades públicas brasileiras. A proposta é a pesquisa e desenvolvimento de motores flex e híbridos para os veículos da nova marca que está chegando ao Brasil, um caminho diferente das chinesas BYD e GWM.

Como você pode observar, a GAC vai desembarcar no Brasil de uma forma diferente da BYD e GMW, já que ambas contam com um catálogo de carros de passeio totalmente composto por veículos eletrificados. Leia-se carros híbridos, híbridos plug-in e elétricos. A decisão da GAC não é à toa, pois a nova marca chinesa planeja conquistar um volume de vendas razoável no mercado nacional.

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Mobiauto conversou durante a cerimônia de cooperação técnica com Wei Haigang, presidente da GAC Internacional que ressaltou o papel dos carros a combustão no competitivo mercado brasileiro. "No Brasil para ter volume e vendas, precisa ter carro flex", enfatizou Wei.

Por falar em tal volume de vendas, a marca quer chegar a 50.000 carros comercializados por ano. No entanto, a chegada vai ser gradual, pois a expectativa de atingir esse número de vendas fica para algo entre 2027 e 2028, ou seja, quando a GAC tiver ao menos mais de dois anos de operação em terras tupiniquins. Com essa estratégia, a empresa revela que quer uma operação mais sólida e dar passos firmes para conquistar seu espaço no Brasil.

Caso a GAC alcance esse número de vendas a partir de 2027, esse montante significa que a marca chegaria a 11ª posição no volume de vendas no mercado nacional. Para efeito de comparação, a Citroën vendeu nos primeiros 11 meses de 2024 o total de 29.731 veículos (considerando apenas carros de passeio), enquanto a Caoa Chery já emplacou no mesmo período 55.731 carros. Hipoteticamente, a GAC ficaria entre essas duas montadoras caso esse cenário se repita no futuro.

Vale lembrar que as vendas da GAC serão iniciadas no Brasil no segundo trimestre de 2025, ou seja, algo entre abril e junho do ano que vem. Durante a roda de conversa com jornalistas, o presidente da GAC Internacional revelou também que a marca planeja trazer para o Brasil de quatro a seis modelos.

Desses seis modelos, três deles foram confirmados para serem vendidos e produzidos no Brasil, são eles: Aion S, um sedan elétrico com porte de Toyota Corolla; Aion Y, uma minivan elétrica com design agressivo e o Aion Hyper HT, um SUV cupê elétrico que traz portas traseiras do tipo gaivota ao melhor estilo de Tesla Model X.

Perguntado sobre o motivo da GAC ter escolhido o Brasil para ter uma operação, o presidente Wei Wangang enfatizou o tamanho do mercado nacional e a cooperação com as universidades públicas.

“Eu acho que a decisão crucial foi porque o Brasil é um importante país onde tem um mercado automotivo muito grande. Atualmente o Brasil utiliza carros flex e, para nós da GAC, o nosso forte seria todos os tipos de carros, tanto a gasolina, etanol, flex, etc. Por isso gostaríamos de, junto das universidades no Brasil, procurar adaptar conforme [demanda] o mercado brasileiro e as tecnologias brasileiras para, junto da GAC, desenvolver o melhor carro para o mercado”, complementou Wei.

Com aporte de R$ 120 milhões para pesquisa e desenvolvimento, as universidades federais de Santa Catarina (UFSC), Santa Maria (UFSM) e Estadual de Campinas (Unicamp) irão atuar nas áreas de veículos, motores, autopeças, componentes e materiais. Segundo a GAC, o principal objetivo é a produção local de motores flex e híbridos-flex para os carros que a GAC passará a vender partir de 2025.

Já a produção no Brasil está marcada para 2026, mas a GAC ainda não revelou a localização de sua fábrica. Vale lembrar que a marca chinesa investirá R$ 5,8 bilhões no país nos próximos cinco anos. “O Brasil é prioridade para a GAC”, diz o CEO da GAC Brasil, Alex Zhou.

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