Qual desses 5 esportivados veste melhor a fantasia de esportivo?
Após meses de espera, o Chevrolet Onix RS enfim chegou ao mercado brasileiro. A manutenção do motor 1.0 turbo flex de 116/116 cv e 16,3/16,8 kgfm (gasolina/etanol) já era esperada, mas a GM surpreendeu todos os fãs ao casá-lo, nesta versão, com o câmbio automático de seis marchas ao invés do manual.
Muitos puristas torceram o nariz, mas a fabricante embasou a decisão com a justificativa de que, na faixa de preço em que posicionou o Onix RS, grande novidade da linha 2021 do hatch, o maior percentual de buscas está em modelos que dispensam o pedal de embreagem.
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Não à toa, o Onix RS briga atualmente com outros quatro hatches compactos “esportivados”, todos dotados de caixas automáticas: Fiat Argo HGT, Hyundai HB20 Sport, Renault Sandero GT Line e Toyota Yaris S. Em comum, todos vestem roupagem esportiva, porém nenhum tipo de alteração mecânica.
Qual deles consegue proporcionar uma experiência de condução mais “esportiva”, se é que podemos escrever assim? E qual tem o melhor custo-benefício de acordo com a proposta? Analisamos as cinco opções para te dizer qual vai melhor.
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Design externo e interno
Logo de cara, o Onix RS sai em vantagem. Se é verdade que o propulsor 1.2 turbo de 133 cv fez falta para deixar esta versão mais apimentada, visualmente o representante da Chevrolet acertou a mão na hora de se vestir como um esportivo.
A grade, as rodas, os retrovisores externos e o teto com acabamento em preto brilhante, os faróis e as lanternas escurecidas, além da presença de um imponente aerofólio traseiro também enegrecido, ornaram muito com o visual do hatch em geral.
Veterano entre os combatentes deste comparativo, o Fiat Argo HGT ainda demonstra vigor estilisticamente falando. Se lhe falta um aerofólio (ficando apenas um spoiler), sobra-lhe uma falsa ponteira trapezoidal cromada de escape que o Onix RS não tem.
De resto, o veículo da marca italiana já antecipava toda a cartilha de elementos esportivos seguida pela Chevrolet, incluindo o logotipo da marca escurecido na grade.
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O Hyundai HB20 Sport também seguiu um caminho aparentemente acertado – tanto que sua grade preta foi transferida para todas as outras versões na linha 2021 -, com o adendo de oferecer rodas com desenho exclusivo e acabamento diamantado. A questão é que o design do modelo da marca coreana, num geral, peca pelo excesso de controvérsia.
O Yaris S é discreto em sua “esportividade”: traz rodas exclusivas e detalhes em vermelho em grade e faróis, mas os faróis com projetor e as lanternas traseiras em LED servem mais para antecipar seu facelift que chega no ano que vem do que para qualquer outra coisa. Mas ele é o único do quinteto com teto solar.
Já o Sandero GT Line tenta emular o irmão (verdadeiramente esportivo) Sandero RS, com máscara negra nas lanternas e faróis de neblina, spoiler traseiro e rodas e retrovisores escurecidos, mas a vestimenta discreta fica ainda menos perceptível quando se observa que sua suspensão é tão elevada quanto a do aventureiro Stepway.
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Por dentro, as costuras vermelhas de HB20 Sport e Yaris S também ficam aquém do acabamento do Onix RS, que traz contornos avermelhados também nas saídas de ar dos cantos do painel e nos mostradores giratórios do quadro de instrumentos, além de volante com raio inferior em preto brilhante (como no HB20, cujas maçanetas seguem o mesmo tom).
Quem mais se aproxima do Chevrolet, mais uma vez, é o HB20, que possui bancos de couro sintético microperfurado no centro e pedais de acelerador e freio revestidos com alumínio. O Argo HGT impressiona com uma faixa intermediária horizontal do painel toda rubra, mas não possui costuras avermelhadas.
O Sandero GT Line adota solução curiosa: suas molduras nas saídas de ar e cluster não estão voltadas aos tons quentes, mas sim ao azul. Uma sacada foi revestir os apoia-braços das duas portas dianteiras com plástico que imita fibra de carbono.
No Yaris S as costuras e uma faixa vermelha no painel dão um toque esportivo discreto ao painel. E bem... Ele tem teto solar, o que costuma agradar apreciadores de esportivos, mas isso ainda é pouco para tirar da cabine o aspecto conservador.
Dimensões Onix: 4.163 mm comprimento, 2.551 mm entre-eixos, 1.730 mm largura, 1.476 mm altura, 275 litros de porta-malas, 44 litros do tanque de combustível, 1.113 kg de peso.
Dimensões Argo: 4.000 mm comprimento, 2.521 mm entre-eixos, 1.750 mm largura, 1.507 mm altura, 300 litros de porta-malas, 48 litros do tanque de combustível, 1.279 kg de peso.
Dimensões HB20: 3.940 mm comprimento, 2.530 mm entre-eixos, 1.720 mm largura, 1.470 mm altura, 300 litros de porta-malas, 50 litros do tanque de combustível, 1.091 kg de peso.
Dimensões Sandero: 4.070 mm comprimento, 2.590 mm entre-eixos, 1.733 mm largura, 1.570 mm altura, 320 litros de porta-malas, 50 litros do tanque de combustível, 1.140 kg de peso.
Dimensões Yaris: 4.145 mm comprimento, 2.550 mm entre-eixos, 1.730 mm largura, 1.490 mm altura, 310 litros de porta-malas, 45 litros do tanque de combustível, 1.145 kg de peso.
Desempenho
O Onix RS não traz o motor mais potente nem com mais torque ou o mais moderno deste comparativo, mas nem sempre o que está nos números frios condiz com a realidade. E o fato é que, por ser leve e ter uma aerodinâmica melhor, o Chevrolet derrota os adversários em mais esta etapa.
Vejamos: ele pesa pouco mais de 1.100 kg e possui um Cx de 0,33. Com isso, mais o bom casamento do motor 1.0 turbo com o câmbio automático de seis marchas, consegue ir de 0 a 100 km/h em pouco mais de 10 segundos, de acordo com a fabricante.
Surpreende o HB20 Sport não ficar à frente, visto que seu 1.0 turbo dispõe de injeção direta, entregando mais potência e torque, além de ter um pico de torque surgindo bem antes do próprio Onix.
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Aqui pesa muito o casamento com o câmbio, mais voltado ao conforto e com relações mais longas nas quatro primeiras marchas. Além disso, o Hyundai tem 3,2 cm a mais de vão livre do solo. Se isso é ótimo para transpor valetas, em uma proposta de esportividade acaba pesando contra. Lembrando que a marca coreana não revela o Cx de seu hatch.
Curiosamente, o Argo e seu manjado 1.8 E.torQ de quase 140 cv até supera o HB20 no 0 a 100. Seu desempenho só não é melhor porque o Fiat é o mais pesado entre os cinco esportivados. Por ter o propulsor de maior deslocamento, ele também é o mais beberrão.
O Sandero GT Line tem o pior coeficiente aerodinâmico e a maior altura do solo entre todos, mas surpreendentemente ainda consegue arrancar com um pouco mais de destreza que o Yaris S. Aqui os quase 2 kgfm extras de torque fizeram a diferença.
Motorização Onix RS: 1.0 turbo flex, 116/116 cv (a 5.500 rpm) e 16,3/16,8 kgfm (a 2.500 rpm). Câmbio automático, 6 marchas. 0 a 100 km/h em 10,1 s.
Motorização Argo HGT: 1.8 flex, 135/139 cv (a 5.750 rpm) e 18,8/19,3 kgfm (a 3.750 rpm). Câmbio automático, 6 marchas. 0 a 100 km/h em 10,4 s.
Motorização HB20 Sport: 1.0 turbo flex, 120/120 cv (a 6.000 rpm) e 17,5/17,5 kgfm (a 1.500 rpm). Câmbio automático, 6 marchas. 0 a 100 km/h em 10,7 s.
Motorização Sandero GT Line: 1.6 flex, 115/118 cv (a 5.500 rpm) e 16/16 kgfm (a 4.000 rpm). Câmbio CVT, simulação de 6 marchas. 0 a 100 km/h em 11 s.
Motorização Yaris S: 1.5 flex, 105/110 cv (a 5.600 rpm) e 14,3/14,9 kgfm (a 4.000 rpm). Câmbio CVT, simulação de 7 marchas. 0 a 100 km/h em 11,8 s.
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Consumo Onix 1.0 turbo automático: 8,3 e 10,7 km/l com etanol; 11,9 e 15,1 km/l com gasolina, respectivamente nos ciclos urbano e rodoviário.
Consumo Argo 1.8 automático: 6,9 e 9,2 km/l com etanol; 9,7 e 12,8 km/l com gasolina, respectivamente nos ciclos urbano e rodoviário.
Consumo HB20 1.0 turbo automático: 8,6 e 10,3 km/l com etanol; 12,2 e 13,9 km/l com gasolina, respectivamente nos ciclos urbano e rodoviário.
Consumo Sandero 1.6 CVT: 8,1 e 8,8 km/l com etanol; 11,8 e 12,8 km/l com gasolina, respectivamente nos ciclos urbano e rodoviário.
Consumo Yaris 1.5 CVT: 8,8 e 10 km/l com etanol; 12,6 e 13,8 km/l com gasolina, respectivamente nos ciclos urbano e rodoviário.
*Dados, respectivamente, com gasolina/etanol
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Dirigibilidade
Dinamicamente, a carroceria suspensa com uma altura mais próxima ao solo e o volante menor conferem de novo ao Onix RS vantagem sobre seus concorrentes neste embate de esportivos alegóricos, proporcionando uma condução que lembra mais um esportivo de verdade.
Suas suspensões são mais duras e barulhentas que as dos rivais? Sim. Ele apresenta mais dificuldades para transpor um obstáculo? Também. Mas o comprador de um carro com design esportivo tende a não se preocupar tanto com questões desse tipo.
E o fato é que o Onix é o compacto mais assentado no chão e rígido em curvas, o que proporciona um bom prazer de dirigir, especialmente na estrada.
Apenas os freios se mostram um tanto borrachudos. Como faz falta um par de discos no eixo traseiro, mesmo que sólidos, mas a verdade é que todos os esportivados deste comparativo usam o velho tambor nas rodas de trás.
Dados técnicos Onix: direção elétrica, suspensões McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira), freios a disco (dianteiros) e tambor (traseiros), 10,6 m diâmetro de giro, 0,33 Cx, 128 mm vão livre do solo, 375 kg carga útil
Dados técnicos Argo: direção elétrica, suspensões McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira), freios a disco (dianteiros) e tambor (traseiros), 10,5 m diâmetro de giro, Cx 0,34, 156 mm vão livre do solo, 400 kg carga útil
Dados técnicos HB20: direção elétrica, suspensões McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira), freios a disco (dianteiros) e tambor (traseiros), 10,4 m diâmetro de giro, Cx não divulgado, 160 mm vão livre do solo, 427 kg carga útil
Dados técnicos Sandero: direção eletro-hidráulica, suspensões McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira), freios a disco (dianteiros) e tambor (traseiros), 10,6 m diâmetro de giro, Cx 0,4, 185 mm vão livre do solo, 446 kg carga útil
Dados técnicos Yaris: direção elétrica, suspensões McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira), freios a disco (dianteiros) e tambor (traseiros), 10,4 m diâmetro de giro, Cx não divulgado, 150 mm vão livre do solo, 405 kg carga útil
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Preços e itens de série
Nesta parte quem se mostra a melhor opção é HB20 Sport, que entrega desempenho bem próximo ao do Onix RS e valores quase idênticos de revisões até 60.000 km cobrando quase R$ 2 mil a menos para sair da concessionária.
Por esse valor, o modelo da Hyundai já entrega um pacote com faróis de neblina, controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas, alarme, bancos com regulagem de altura do encosto de cabeça, ar-condicionado com comandos digitais, direção elétrica progressiva, trio elétrico, vidros um-toque e antiesmagamento em todas as portas, volante com regulagem de altura e profundidade e borboletas para troca sequencial de marchas, tomada USB para recarga rápida de celular, carregador de celular por indução, controle de cruzeiro, sensores traseiros de estacionamento e central multimídia de 8 polegadas com projeção de smartphones via Apple CarPlay ou Android Auto.
De série, o Onix RS traz como diferenciais chave com sensor presencial, airbags laterais, partida do motor por botão, faróis e limpadores de para-brisa automáticos, câmera de ré e controle de cruzeiro. Mas perde o carregamento de celular sem fio e a central de 7 polegadas com Wi-Fi (agora restritos à versão Premier). E se os bancos dianteiros inteiriços até casam com a proposta esportiva, a verdade é que são mais curtos e menos confortáveis.
O Argo HGT parece uma boa compra por menos de R$ 75 mil, mas a alegria acaba quando descobrimos que o ar digital, a câmera de ré, a chave presencial, os retrovisores com rebatimento elétrico, os sensores de luminosidade e chuva, o retrovisor interno antiofuscante, as borboletas para troca de marcha e o controle de cruzeiro só aparecem em um kit opcional de R$ 4.300. Os airbags laterais também são cobrados à parte: R$ 2.550. E, para piorar, ele é o único com revisões programadas até 60.000 km que superam os R$ 4 mil.
Sandero e Yaris S, além de menos empolgantes, passam de R$ 80 mil (chegando a quase R$ 90 mil, no caso do Toyota) e têm menos itens de conforto e tecnologia a bordo do que Onix e HB20.
Chevrolet Onix RS 1.0 Turbo automático: R$ 75.790. Revisões (até 60.000 km): R$ 3.284
Fiat Argo HGT 1.8 Automático: R$ 74.990. Revisões (até 60.000 km): R$ 4.312
Hyundai HB20 Sport 1.0 Turbo automático: R$ 73.990. Revisões (até 60.000 km): R$ 3.316,66
Renault Sandero GT Line 1.6 CVT: R$ 80.090. Revisões (até 60.000 km): R$ 3.517,63
Toyota Yaris S 1.5 CVT: R$ 89.990. Revisões (até 60.000 km): R$ 3.590,59
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Qual esportivado comprar?
O melhor custo-benefício em termos de preço, custo de manutenção e equipamentos é o HB20 Sport. Mas quem tem o desempenho mais esperto e vai te passar uma sensação mais próxima da esportividade, inclusive visualmente, é o Onix RS. Por isso, ele se sai vencedor no geral.
É preciso dizer que o rival da Hyundai talvez seja uma opção melhor em relação à confiabilidade mecânica, pois costuma apresentar menos problemas do que o Chevrolet. Mas está um pouco mais longe de um esportivo de verdade que o rival.
O Argo HGT é bonito e tem o motor mais potente da turma. Em desempenho não deve quase nada aos concorrentes, mas peca pelo excesso de opcionais e por ser o carro mais pesado e beberrão desta lista. Por isso, terminou em terceiro lugar.
Yaris S e Sandero GT Line não empolgam esteticamente, em movimento, nos preços ou nas listas de itens de série. O Renault possui um vão livre do solo incompatível com uma versão esportivada, enquanto o Toyota é caro demais pelo que entrega (nem o teto solar salva). Dentro da proposta deste comparativo, ambos pouco (ou quase nada) se encaixaram.
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