Avaliação: BMW X1 2023 melhora ainda mais, para o terror dos rivais
Líder no segmento de SUVs premium compactos há seis anos, o BMW X1 entrou em nova geração na linha 2023 e ficou ainda melhor em tudo que já era bom. Mais jovem, moderno e requintado, com desempenho levemente mais esperto e mais econômico que os rivais, o novo X1 tem tudo para deixar Mercedes-Benz GLA e Audi Q3 ainda mais distantes da liderança.
O novo BMW X1 foi lançado no início deste ano no Brasil, abrindo suas vendas com lote importado. Mas, neste mês, o SUV começou a ser efetuvamente produzido na fábrica de Araquari (SC). As unidades que chegarão nas lojas a partir de abril já serão no modelo nacionalizado.
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No entanto, apesar de dominar sua categoria por tanto tempo, quem conheceu a geração anterior do BMW X1 sabe que ele tinha vários pontos de melhoria. E a BMW fez o trabalho completo.
A terceira geração chega em três versões, com preços entre R$ 296.950 e R$ 349.950, que se mantêm desde seu lançamento, em fevereiro. A versão avaliada pela Mobiauto é a topo de linha, M Sport. Nos próximos parágrafos contaremos em detalhes tudo que mudou na nova geração do BMW X1.
Novo BMW X1 2023 – Versões e preços
BMW X1 sDrive18i GP 2023: R$ 296.950
BMW X1 sDrive20i X-Line 2023: R$ 328.950
BMW X1 20i M Sport 2023: R$ 349.950
Design: renovado por dentro e por fora
O BMW X1 está completamente renovado. A dianteira foi toda redesenhada, ganhando novo para-choque com tomadas de ar mais agressivas. A grande formada pelo famoso duplo-rim também passou por retoque e agora conta com abertura e fechamento dinâmicos, assim como no primo elétrico iX. Essa funcionalidade serve para melhorar a aerodinâmica do carro.
Os faróis também são novos e full-LED. Na lateral, chama atenção a linha de cintura, que ficou bem mais evidente nesta geração. As maçanetas passam a ser retráteis (outra inspiração do iX). As rodas foram substituídas por jogos 18 polegadas na versão sDrive18i, 19 polegadas na sDrive20i X-Line e 20 na sDrive20i M Sport.
A traseira também recebeu muitos retoques, como novas lanternas e para-choque mais moderno. Mas o que realmente chama atenção é que ele não tem mais as saídas de escape evidentes.
Se o exterior teve mudanças muito assertivas, o interior guardou outras boas surpresas inspiradas no iX, com materias de boa qualidade e conceito mais minimalista
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Destaque para as saídas de ar-condicionado distribuídas de ponta a ponta do painel. Na nova geração, o o X1 também ganhou quadro de instrumentos digital de 10,2 polegadas e central multimídia de 10,7 polegadas. As duas telas são integradas para formarem uma única peça, assim como no seu rival Mercedes-Benz GLA.
Porém, no novo BMW X1, os botões físicos são quase escassos. Não os há nem mesmo para o controle do ar-condicionado. O que pode dividir opiniões, visto que fica mais difícil para o motorista selecionar algumas funções através da multimídia com o carro em movimento.
O console vazado claramente é mais uma referência ao iX. Porém, não conta com o câmbio de cristal e sim com um botão seletor. Um item muito útil no carro é o carregador por indução com uma alça para manter o celular fixado, impedindo-o que se desloque em alguma manobra. Testamos e funcionou 100% do tempo.
Também é possível recarregar o aparelho através das quatro entradas USB-C (duas na frente e duas atrás). Não há entradas USB-A.
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Ainda falando dos pontos positivos do X1, os bancos com certeza merecem ser citados. Além de bonitos, com visual moderno e arrojado, são muito confortáveis e bem mais macios que os da geração anterior. O que realmente nos conquistou foram as abas para deixar o motorista e condutor mais encaixados no banco, e elas não são apenas nas laterais do encosto, mas também no assento.
Por último, o teto solar panorâmico faz toda diferença, trazendo um toque ainda mais premium. Agora vamos pular para segunda fileira de bancos e falar de espaço.
Espaço: o X1 cresceu
Em relação a geração anterior, o BMW X1 cresceu 7 cm em comprimento, 5 cm em altura, 2 em largura e 2 em altura. Lembrando que os carros da BMW costumam ter dimensões bem avantajadas, já no limite da categoria.
O X1 é um SUV considerado compacto entre os premium, mas na verdade é 4 cm mais comprido que o Toyota Corolla Cross e quase 10 cm mais comprido que o Jeep Compass. Claro que eles não são concorrentes, a exemplificação é apenas para mostrar o quanto ele é avantajado.
O habitáculo acomodaria muito bem os cinco passageiros se o túnel central fosse menos elevado, a fim de acomodar versões com tração integral, e se o console central avançasse menos para a segunda fileira de bancos. Por isso, o X1 consegue acomodar confortavelmente até quatro passageiros adultos e uma criança.
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Ele também conta com bons porta-objetos nas portas e revisteiro no encosto dos bancos dianteiros. Na frente, há ainda o porta-luvas e o console. Porém, este último, apesar de ter um bom espaço, por ser vazado pode não ser muito apropriado para objetos menores.
O porta-malas tem 476 litros, um bom volume para a categoria, ficando entre Mercedes-Benz GLA (435 litros) e o Audi Q3 (530 litros).
Dimensões: 4.500 mm de comprimento; 2.692 mm de entre-eixos; 1.845 mm de largura; 1.642 mm de altura; 476 litros de porta-malas; 45 litros de tanque de combustível; Peso em ordem de marcha 1.700 kg; 565 kg de carga útil
Desempenho: nova geração ganhou 12 cv e 2 kgfm de torque
Nosso contato com o BMW X1 M Sport foi curto. Fizemos um bate-volta de São Paulo capital a Itu, no interior do Estado. Foram cerca de 220 quilômetros, com a direção sendo revezada entre dois jornalistas. Durante a experiência, pudemos perceber que os 12 cv de potência 2 kgfm extras de torque que ele ganhou na nova geração fizeram diferença no desempenho.
O BMW X1 na versão de entrada 18i GP, é equipado com motor 1.5 turbo a gasolina de 156 cv de potência e 24,5 kgfm de torque. Já a versão intermediaria, X-Line, e a topo de linha, M Sport, vêm com o 2.0 turbo a gasolina de 204 cv e 32,6 kgfm, casados ao câmbio automático de sete marchas.
Para ir de 0 a 100 km/h, o X1 precisa de 7,6 segundos. O que é uma marca muito boa para um SUV médio de 1.700 kg. E ele pode atingir até 236 km/h de velocidade máxima.
O X1 conseguiu oferecer sua característica direção com pegada mais esportiva, típica dos BMW, só que com mais conforto que a geração anterior. O que é uma ótima combinação para brigar com o Mercedes-Benz GLA.
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Na cidade, ele é um carro gostoso de dirigir. Na estrada, fica mais nítida sua direção mais firme, com a carroceria mais durinha. É na estrada que o seu pequeno ganho de potência e torque ficam mais perceptíveis, principalmente em velocidades mais altas. O carro está embalando melhor, mostrando mais instantaneidade nas respostas.
O BMW X1 na versão topo de linha também conta com pacote de assistentes de condução bem completo, com alerta de ponto cego, assistente de permanência em faixa, Controle de Cruzeiro Adaptativo (ACC), frenagem de emergência e até assistente de estacionamento.
No geral, o BMW X1 oferece um desempenho dentro do esperado para o SUV de entrada da marca. Os 204 cv dão conta dos 1.700 kg do carro e oferecem um desempenho esperto, conseguindo casar muito bem conforto com sua essência esportiva e com tecnologia dentro dos padrões atuais.
Motor: 2.0, dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16V, turbo, gasolina, duplo comando de válvulas no cabeçote acionado por corrente
Taxa de compressão: não divulgada
Potência: 204 cv a 5.000 rpm
Torque: 32,6 kgfm a 1.500 rpm
Peso/potência: 8,33 kg/cv
Peso/torque: 52,1 kg/kgfm
Câmbio: automático de 7 marchas
Tração: dianteira
0 a 100 km/h: 7,6 segundos
Velocidade máxima: 236 km/h
Dados técnicos: direção elétrica; suspensões tipo independente McPherson com mola helicoidal na dianteira, e independente multibraço na traseira; freios a disco ventilados nas quatro rodas; vão livre do solo, 205mm; diâmetro de giro, 11,7 m; pneus 245/40 R20.
Consumo: mais econômico que os rivais
O consumo é onde o BMW X1 tem grande vantagem em relação aos seus principais concorrentes. Com nota A na comparação relativa da categoria pelo Inmetro, a versão M Sport faz 10,6 km/litro na cidade e 12,9 km/litro na estrada com gasolina. Nada mau para um SUV premium.
Já o Mercedes-Benz AMG GLA35 4M 2.0 faz 8,7 km/litro na cidade e 10,4 km/litro na estrada e o Audi Q3 faz 8,0 km/litro na cidade e 10,3 km/litro na estrada, ambos com gasolina.
Consumo Inmetro: 10,6 km/litro na cidade e 12,9 km/litro na estrada com gasolina
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BMW X1: principais itens de série
● Volantes M
● Acabamento do teto em Anthracite
● Acabamento externo em preto High-gloss
● Transmissão steptronic com shift paddles
● Bancos dianteiros esportivos
● Bancos dianteiros com ajustes elétricos
● Pacote de equipamentos Professional
● Acabamento interno em alumínio em Hexacube dark
● Instrumentos do painel de instrumentos em Luxury
● Tapetes em veludo
● Comfort Access
● Teto solar elétrico panorâmico
● Rack system em BMW Individual High-gloss Shadow Line
● Retrovisor interno com função anti-ofuscante
● Retrovisores externos com função anti-ofuscante
● Segredo de roda
● Faróis em LED adaptativo
● Head up display
● Assistente de farol alto
● Driving Assistant Plus
● Parking Assistant Plus
● Live Cockpit Professional
● Chamada de emergência inteligente
● BMW Teleservices
● Serviços ConnectedDrive
● Serviços remotos
● Smartphone Integration
● Sistema de som Karman Kardon
● Connected Package Professional
● Carregador por indução
BMW X1 M Sport vale a pena?
A nova geração do BMW X1 melhorou praticamente tudo que o seu público desejava e foi até além. O visual ficou mais jovial, afinal, essa é uma das suas principais armas para brigar com a Mercedes-Benz. O interior está muito moderno e com muitas referências do irmão de luxo iX.
Em termos de espaço, ele é muito bem acertado. O desempenho é interessante, mas sem pontos altos. Já o consumo é onde ele leva vantagem diante dos rivais. Por fim, é bem equipado e tecnológico como um carro deve ser em 2023.
O valor está dentro do praticado pela concorrência. Para quem já tem o cliente o BMW X1 da geração anterior, pode trocar pelo novo sem medo de se arrepender. Quem pensar em migrar para a BMW, o X1 o receberá muito bem.
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A faculdade me fez jornalista, a vida me fez aficionada por carros esportivos e adrenalina. Unindo paixão e profissão, realizo a missão de conectar pessoas com o universo automotivo, mas confesso que já tentei pilotar um kart e não deu muito certo.