Avaliação: Caoa Chery iCar, já andamos no elétrico mais barato do Brasil

Subcompacto se sai surpreendente bem no anda-e-para da cidade, mas mostrou limitações acima dos 50 km/h
Camila Torres
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30.06.2022 às 16:48 • Atualizado em 12.11.2024
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Subcompacto se sai surpreendente bem no anda-e-para da cidade, mas mostrou limitações acima dos 50 km/h

O Caoa Chery iCar tem 61 cv de potência e 15,3 kgfm, 282 km de alcance no ciclo NEDC, 3.200 mm de comprimento e pesa menos de 1 tonelada. Com esses atributos, chegou como o carro elétrico mais barato à venda no Brasil, sendo comercializado por R$ 139.990.

Não à toa, o pequeno despertou a curiosidade de muita gente. Depois de todos os dados divulgados - a Mobiauto já destrinchou praticamente todos os detalhes do modelo -, o que todos os interessados querem saber é como ele anda.

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O Caoa Chery iCar foi apresentado oficialmente na primeira quinzena deste mês, mas não foi disponibilizado para teste durante o evento, embora já esteja disponível para pré-venda e para test drive nas lojas. 

Por isso, fomos até a concessionária da marca mais próxima da Mobiauto, a D21, na avenida João Dias, no bairro de Santo Amaro, Zona Sul de São Paulo (SP), para descobrir como o subcompacto elétrico se comporta nas ruas. A experiência foi de apenas alguns quilômetros, mas já nos permitiu ter uma boa noção.

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Design e conforto no primeiro contato

O Caoa Chery iCar não faz o tipo carro bonito, mas é simpático e convidativo. No banco do motorista, a sensação é de conforto. Os bancos não são só bonitos, mas bem acertados. Encaixam bem o corpo e oferecem um espaço até surpreendente na fileira da frente. Sí não sobra muito para quem vai atrás…

O painel é moderno e traz vários elementos que deixam o visual mais sofisticado, como elementos em preto brilhante e metal que simula aço escovado. Além disso, temos quadro de instrumentos digital e uma central multimídia enorme, de 10,25 polegadas.

Subcompacto se sai surpreendente bem no anda-e-para da cidade, mas mostrou limitações acima dos 50 km/h

Tudo isso contribui para aumentar a expectativa ao volante. Inclusive, esta matéria abordará exclusivamente a dirigibilidade do iCar. Para saber mais detalhes do modelo, como itens de série, design e espaço, confira esta matéria aqui

Sem mais delongas, vamos ao teste:


Como anda o Caoa Chery iCar?

Apertei o botão de partida (não é preciso girar a chave no contato!) e pisei no acelerador. O iCar foi de 0 a 50 km/h sem esforços. O torque entregue instantaneamente, como em todo carro elétrico, contribui muito para tamanha agilidade. 

Segundo a Caoa Chery, o iCar vai de 0 a 100 km/h em 12,8 segundos. Sim, é muito para um subcompacto, mas dentro de um ambiente urbano, onde raramente se passa dos 50 km/h, ele tem a agilidade suficiente para arrancar e retomar sem sofrimentos. 

Subcompacto se sai surpreendente bem no anda-e-para da cidade, mas mostrou limitações acima dos 50 km/h

De toda forma, a aceleração acontece de forma gradativa, mas sem nenhum atraso. Porém, quando chegamos em uma via expressa com limite máxima de 90 km/h, começamos a perceber a perda de fôlego. Mesmo pisando mais intensamente no acelerador, o carro demorava para reagir.

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Tive a sensação de ter trocado de carro, pois o comportamento do iCar mudou completamente. E, apesar de motores elétricos serem silenciosos, era possível sentir o esforço do conjunto mecânico para sustentar aquela velocidade. 

Para se ter ideia do que estou falando, dê uma olhada nos números de retomada:

Retomada de velocidade 40-80 km/h: 5,1 segundos
Retomada de velocidade 60-100 km/h: 7,3 segundos
Retomada de velocidade 80-120 km/h: 11,9 segundos

O tempo que o iCar leva para ir de 80 a 120 km/h é quase o mesmo que ele precisa para ir de 0 a 100 km/h. Agora imagine tentar acelerar de 50 a 100 km/h…

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Subcompacto se sai surpreendente bem no anda-e-para da cidade, mas mostrou limitações acima dos 50 km/h

No entanto, quando questionei o Douglas, vendedor da D21 que me acompanhou no test drive, ele me falou que eu estava rodando no modo Eco. Se acionasse o modo Sport, inclusive, que nessa configuração a entrega de torque chega ao pico.

Já estávamos no fim do teste, mas deu tempo de trocar os modos para perceber que o iCar fica realmente mais esperto. Claro, que não estou falando de uma mudança da água para o vinho. Mas, para retomadas em uma via expressa, ajuda um pouco.

Vale lembrar que é no modo Eco que se preserva uma autonomia mais próxima ao oficialmente declarado. Em modo Sport, quanto mais se pisa, mais cedo é a tendência de a bateria acabar.

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Não chegamos a carregá-lo, mas a boa notícia é que o iCar permite recargas rápidas a uma potência de 50 kW. Para um veículo com baterias de 30,8 kWh, isso significa que 80% da energia pode ser recuperada em até 36 minutos. Em um wallbox de 6,6 kW, são 5 horas de processo. Numa tomada doméstica de 220 Voltas, 11 horas.

 Motor: 61 cv e 15,3 kgfm de torque
Peso/potência: 16,3 kg/cv
Peso/torque: 65 kg/kgfm
0 a 100 km/h: 12,8 segundos
Velocidade máxima: não divulgada
Câmbio: automático

Dados técnicos: direção elétrica assistida; Suspensões independentes nos dois eixos; freios a disco nas quatro rodas; Vão livre do solo: 120 mm;

Autonomia e tempo de recarga: Autonomia: 282 km (ciclo NEDC); Carregador DC de 50 KW – 80% da energia em: 36 minutos; Carregador AC 6,6 kW – carga de 0% a 100% em:  5 horas; Tomada doméstica 220 V – Carga 0-100% em: 11 horas

Balança e muito

Subcompacto se sai surpreendente bem no anda-e-para da cidade, mas mostrou limitações acima dos 50 km/h

O iCar tem suspensões independentes nos dois eixos, inclusive elas foram recalibradas para se adaptarem melhor ao asfalto cheio de desníveis no nosso Brasil. Porém, os ajustes não foram o suficiente, pois o conjunto continua duro e com curso limitado, devido ao porte do modelo. 

Ao passar por uma rua com o asfalto mais desgastado, quem está no habitáculo sente os impactos muito mais diretamente do que em um carro maior. No trajeto, pegamos alguns trechos bem esburacados, que fizeram o carro balançar muito. 

Como estávamos a uma velocidade baixa, os impactos foram amenizados. Essa é uma característica que compromete o conforto a bordo, mas não tanto ao ponto de desistir do modelo por isso.

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Apesar disso, e da carroceria montada com peças estampadas de plástico, rodar com o iCar não passa a sensação de insegurança e vulnerabilidade que um Renault Twizy, por exemplo, gera. Conduzi-lo é como dirigir um carro comum, só que de dimensões menores.


Afinal, o Caoa iChey iCar é bom carro para se dirigir ou não?

A experiência de dirigir o iCar é de altos e baixos. Ele é muito diferente, não apenas por ser elétrico, mas também devido às dimensões extremamente compactas. Mas, para uso na cidade, ele tem uma proposta muito interessante e ágil.

Rodando a até 50 km/h, velocidade que dificilmente é extrapolada em perímetro urbano, o pequenino acompanha perfeitamente o ritmo dos demais veículos, tanto nas saídas de farol quanto, por exemplo, ao ultrapassar um veículo que está a 35 km/h na faixa da direita. Além disso, possui uma boa dose de tecnologia embarcada. 

É claro que ele tem suas limitações: a falta de espaço na fileira traseira e no bagageiro, a alta dose de transferência de impactos e a falta de elasticidade do motor são algumas. Mas isso não será um grande problema para um consumidor comum, que não sai da cidade e roda quase o tempo todo sem passageiros. 

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De forma geral, o iCar entrega aquilo a que se propõe. Fora que é muito prático e ágil no trânsito e até para achar uma vaga de estacionamento. E o ponto mais alto: como é elétrico, não polui o meio ambiente.

A Mobiauto agradece a concessionária da Caoa Chery da João Dias e a receptividade do vendedor Douglas, que nos cedeu gentilmente o iCar para fazermos o test drive.


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